"EM HOMENAGEM AOS QUE AQUI LUTARAM E OS QUE AINDA ACREDITAM". (FLÁVIO S.SILVA)
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
MINHAS POESIAS
HOJE EU QUERO ANDAR DESCALÇO E SEM CAMISA/ QUERO SENTIR O AR BATENDO EM MEU PEITO/ O ORVALHO EM MINHA CABEÇA/ HOJE NÃO QUERO~PROTEÇÕES NÃO QUERO INDUMENTARIAS/ NADA ARTIFICIAL / HOJE EU QUERO AS PALMAS DOS PÉS NO CHÃO / SER HOMEM NATURAL QUE A SOCIEDADE DESTRUIU / HOJE EU QUERO DORMIR DE REDE OU ESTEIRA / QUERO BEBER ÁGUA NO RIACHO COM AS PALMAS DAS MINHAS MÃOS / TOMAR BANHO DE ÁGUA SEM CLORO LÁ NO CÓRREGO / NO RIBEIRO/ NO REGATO NA CASCATA SIM !!!!! A FONTE DE GÉLIDAS ÁGUAS / DEITAR NO CHÃO ABRIR OS BRAÇOS INTERAGIR COM A NATUREZA OLHANDO O CÉU DE AZUL ANIL / HOJE SOU HOMEM NATURAL SEM TEME O DIA DE AMANHÃ / SENTIR O DOM DA VIDA E IR DE ENCONTRO AO ENCONTRO COMIGO MESMO / FORA TODO O MATERIALISMO / CONSUMISMO / VIDA ARTIFICIAL / HOJE / HOJE NÃO PENDURO ETIQUETAS/ SOU UM COM A NATUREZA/ SOU HOMEM NATURAL. (FLÁVIO S. SILVA) 16/04/2006
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
DUAS SITUAÇÕES
Duas Situações Interessantes: Quando o pensamento anda mais rápido que a língua, e quando a língua anda mais rápido que o pensamento! Qual é o pior? O pior é quando o pensamento e a linguagem andam na mesma marcha. Aí começa o tédio!...
Sobre o autor: Jean Baudrillard foi um sociólogo e filósofo francês. Suas teorias, vão contra o discurso da "verdade absoluta" e contribuem para o questionamento da situação de dominação imposta pelos complexos e contemporâneos sistemas de signos.
Sobre o autor: Jean Baudrillard foi um sociólogo e filósofo francês. Suas teorias, vão contra o discurso da "verdade absoluta" e contribuem para o questionamento da situação de dominação imposta pelos complexos e contemporâneos sistemas de signos.
o discurso do índio Guaicaipuro Cuatémoc
A VERDADEIRA DÍVIDA EXTERNA
“Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a encontraram só há 500 anos.
O irmão europeu da aduana me pediu um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financista europeu me pede o pagamento, com juros, de uma divida contraída por um Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse.
Outro irmão europeu, um rábula, me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento.
Eu também posso reclamar pagamento, também posso reclamar juros.
Consta no Arquivo das Índias. Papel sobre papel, recibo sobre recibo, assinatura sobre assinatura que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América
Terá sido isso um saque?
Não acredito porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao Sétimo Mandamento!
Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas que qualificam o encontro de “destruição da Índias” ou Arturo Uslar Pietri, que afirma que a arrancada do capitalismo e a atual civilização européia se devem à inundação de metais preciosos retirados das Américas!
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de outros empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas indenização por perdas e danos.
Eu, Guaicaipuro Cuatémoc, prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano “Marshal-tezuma”, para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho diário e outras conquistas da civilização.
Por isso, ao celebrarmos o Quinto Centenário desse Empréstimo, poderemos nos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo desses recursos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indo-americano Internacional?
É com pesar que dizemos não.
No aspecto estratégico, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem um outro destino a não ser terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como um Panamá, mas sem o canal.
No aspecto financeiro foram incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e seus juros, quanto se tornarem independentes das rendas liquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar. E nos obriga a reclamar-lhes, para o seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos para cobrar.
Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros que os irmãos europeus cobram aos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos emprestados, acrescidos de um módico juro fixo de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula européia de juros compostos, informamos aos descobridores que eles nos devem 180 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras elevadas à potência de 300. Isso quer dizer um número para cuja expressão total seriam precisos mais de 300 cifras, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata! Quanto pesariam calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para pagar esses módicos juros seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demêncial irracionalidade dos pressupostos do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam aos índo-americanos.
Porém exigimos a assinatura de uma carta de intenções que discipline aos povos devedores do Velho Continentes e que os obrigue a cumpri-la, sob pena de uma privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes permita nos entregá-la inteira como primeira prestação da dívida histórica.”
ESQUECE O FUTURO
Esquece o futuro...
Autor: Montaigne
Esquece o futuro. Ele não te pertence. O presente te basta. Mas é preciso ser rápido quando ele é mau presente, e andar devagar quando se trata de saboreá-lo. Expressões como “passar o tempo” espelham bem a maneira de viver dessa gente prudente, que imagina não haver coisa melhor para fazer da vida. Deixam passar o presente, esquivam-se, ignoram o presente, como se estar vivo fosse coisa desprezível.
A natureza nos deu a vida em condições tão favoráveis, que só mesmo por nossa culpa ela poderá se tornar pesada e inútil.
A natureza nos deu a vida em condições tão favoráveis, que só mesmo por nossa culpa ela poderá se tornar pesada e inútil.
COMO LAVAR AS PALAVRAS SUJAS
Mergulhar a palavra suja em água sanitária. Depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol adquirem consistência de certeza. Por exemplo, a palavra vida.
Existem outras - e a palavra amor é uma delas - que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente. São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tiram sujeira difícil, mas nada. Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão. Agora nunca vi palavra tão suja como perda. Perda e morte, na medida em que são alvejadas, soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura, que é capaz de esvaziar o vigor da língua. O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar. O perigo neste caso é misturar palavras que mancham no contato umas com as outras. Culpa, por exemplo. A culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade. Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.outro cuidado importante é não lavar demais as palavras. Sob o risco de perderem o sentido. A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva, produz uma oleosidade que dá vigor aos sons. Muito importante na arte de lavar palavras é saber reconhecer uma palavra limpa. Conviva com a palavra durante alguns dias. Deixe que se misture em seus gestos, que passeie pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu corpo. Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne, prolifera em toda sua possibilidade. Se puder suportar essa convivência até não mais perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.
Sobre o Autor: Capixaba, radicada no Rio desde 1992, Viviane Mosé é psicóloga e psicanalista. Especialista em "Elaboração e implementação de políticas públicas" pela Universidade Federal do Espírito Santo e Mestra e Doutora em filosofia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol adquirem consistência de certeza. Por exemplo, a palavra vida.
Existem outras - e a palavra amor é uma delas - que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente. São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tiram sujeira difícil, mas nada. Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão. Agora nunca vi palavra tão suja como perda. Perda e morte, na medida em que são alvejadas, soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura, que é capaz de esvaziar o vigor da língua. O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar. O perigo neste caso é misturar palavras que mancham no contato umas com as outras. Culpa, por exemplo. A culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade. Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.outro cuidado importante é não lavar demais as palavras. Sob o risco de perderem o sentido. A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva, produz uma oleosidade que dá vigor aos sons. Muito importante na arte de lavar palavras é saber reconhecer uma palavra limpa. Conviva com a palavra durante alguns dias. Deixe que se misture em seus gestos, que passeie pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu corpo. Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne, prolifera em toda sua possibilidade. Se puder suportar essa convivência até não mais perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra limpa é uma palavra possível.
Sobre o Autor: Capixaba, radicada no Rio desde 1992, Viviane Mosé é psicóloga e psicanalista. Especialista em "Elaboração e implementação de políticas públicas" pela Universidade Federal do Espírito Santo e Mestra e Doutora em filosofia.
A VELHA HOLLIWOOD
A velha Hollywood nos ensinou que tudo nos EUA era maior, melhor, mais limpo, justo, ético, honesto, adulto, moderno, eficiente e perfeito do que nos outros países. Também pudera -os americanos eram o povo mais bonito, forte, corajoso, engenhoso e talentoso do mundo. Onde mais as pessoas saíam cantando e dançando pelas ruas com naturalidade e ao som de uma enorme orquestra invisível?
E quem cavalgava melhor e tinha os cavalos mais velozes? O cowboy americano. Não havia índio ou mexicano que o capturasse, exceto à traição, coisa que, aliás, eles viviam fazendo (e de que o cowboy americano era incapaz). O mesmo se aplicava ao soldado americano em relação aos alemães e japoneses -quem era o mais heroico, o mais desprendido, o mais inteligente? E a Marinha americana? Quem tinha porta-aviões mais imponentes? Quem usava camisas de manga curta mais brancas? E quem mais tinha milhares de marinheiros que sabiam sapatear?
Nos filmes, víamos maravilhas que faziam parte do dia a dia dos americanos e de ninguém mais: cerveja em lata, barbeadores elétricos, cortadores de grama, trevos rodoviários (filmados de avião), edifícios de 90 andares e naves que iam à Lua e voltavam. E quem seria mais poderoso que o governo dos EUA, capaz de movimentar estruturas gigantescas para plantar um exército inteiro em território inimigo a 15 mil km e resgatar um espião a minutos de ser descoberto?
Todas essas eram benesses do poder e da riqueza. De repente, fico sabendo que o dinheiro no caixa do Tesouro americano vai acabar na terça-feira e que a Casa Branca, com uma dívida de US$ 14,3 trilhões, ameaça dar o beiço no mundo.
Inacreditável. Como pode o governo americano quebrar? Se acontecer, quem vai pagar a conta da lavanderia que mantinha as camisas tão brancas?
Sobre o Autor: Rui Castro é Escritor, Biografo e colunista da Band News Fm e da Folha de São Paulo.
E quem cavalgava melhor e tinha os cavalos mais velozes? O cowboy americano. Não havia índio ou mexicano que o capturasse, exceto à traição, coisa que, aliás, eles viviam fazendo (e de que o cowboy americano era incapaz). O mesmo se aplicava ao soldado americano em relação aos alemães e japoneses -quem era o mais heroico, o mais desprendido, o mais inteligente? E a Marinha americana? Quem tinha porta-aviões mais imponentes? Quem usava camisas de manga curta mais brancas? E quem mais tinha milhares de marinheiros que sabiam sapatear?
Nos filmes, víamos maravilhas que faziam parte do dia a dia dos americanos e de ninguém mais: cerveja em lata, barbeadores elétricos, cortadores de grama, trevos rodoviários (filmados de avião), edifícios de 90 andares e naves que iam à Lua e voltavam. E quem seria mais poderoso que o governo dos EUA, capaz de movimentar estruturas gigantescas para plantar um exército inteiro em território inimigo a 15 mil km e resgatar um espião a minutos de ser descoberto?
Todas essas eram benesses do poder e da riqueza. De repente, fico sabendo que o dinheiro no caixa do Tesouro americano vai acabar na terça-feira e que a Casa Branca, com uma dívida de US$ 14,3 trilhões, ameaça dar o beiço no mundo.
Inacreditável. Como pode o governo americano quebrar? Se acontecer, quem vai pagar a conta da lavanderia que mantinha as camisas tão brancas?
Sobre o Autor: Rui Castro é Escritor, Biografo e colunista da Band News Fm e da Folha de São Paulo.
NÓS, NÓS NÃO TEMOS HERÓIS:
NÓS, NÓS NÃO TEMOS HERÓIS:
Nós, nós não temos heróis
nem jamais os tivemos.
Afinal, para que servem os heróis e suas estátuas de granito ou de mármore negro, seus cavalos de bronze, suas medalhas barrocas e as espadas que não passam de metáforas?
Para que servem os heróis se o ácido da chuva desdenha da glória dos homens e nem os pássaros se importam com eles?
Para que servem os heróis se nem sabem quem somos nem jamais ouviram falar dos nossos mitos e utopias?
Infeliz do país que necessita de heróis.
Sobre o autor:
O poeta cearense Francisco Carvalho permanece desconhecido embora tenha publicado quase trinta livros. Em 1982 recebeu o Prêmio Nestlé de Literatura. Em 2004 foi publicada uma antologia do autor com 500 páginas, já esgotada nas livrarias.
Nós, nós não temos heróis
nem jamais os tivemos.
Afinal, para que servem os heróis e suas estátuas de granito ou de mármore negro, seus cavalos de bronze, suas medalhas barrocas e as espadas que não passam de metáforas?
Para que servem os heróis se o ácido da chuva desdenha da glória dos homens e nem os pássaros se importam com eles?
Para que servem os heróis se nem sabem quem somos nem jamais ouviram falar dos nossos mitos e utopias?
Infeliz do país que necessita de heróis.
Sobre o autor:
O poeta cearense Francisco Carvalho permanece desconhecido embora tenha publicado quase trinta livros. Em 1982 recebeu o Prêmio Nestlé de Literatura. Em 2004 foi publicada uma antologia do autor com 500 páginas, já esgotada nas livrarias.
TUDO MUDOU
Tudo mudou. Homens, coisas e animais mudaram de lã ou de pele. As palavras já não são as mesmas do tempo em que estudávamos gramática com os olhos míopes das professoras. Nádegas e pernas das mestras -- objeto direto do nosso desejo -- ofuscavam o interesse pela didática. Olho o mundo de todos os ângulos possíveis e tudo me parece oblíquo. É a civilização globalizada, a cultura de massa, a sagração do factóide, a fragmentação dos idiomas. Corta-se a palavra em frações microscópicas. A vida, o amor, a morte, a realidade:
tudo agora virou fast food.
Sobre o autor:
Cearense, Francisco Carvalho nasceu em 1927 em São Bernardo das Russas, interior do Ceará. Poeta e ensaísta, é conhecido por seu valor literário e reverenciado pelos mais diversos críticos do país.
tudo agora virou fast food.
Sobre o autor:
Cearense, Francisco Carvalho nasceu em 1927 em São Bernardo das Russas, interior do Ceará. Poeta e ensaísta, é conhecido por seu valor literário e reverenciado pelos mais diversos críticos do país.
O SONHO NÃO PODE DURAR UMA NOITE
Um camarada trabalhava há 30 anos numa fábrica, ele saía da fábrica todo dia para encontrar os amigos, ir ao cinema, encontrar mulheres... Ia pra casa. Fazia isso todo dia.
Há 30 anos...
Um dia ele faz tudo isso, chega em casa, dorme e tem um sonho. Acordou, não ligou e foi trabalhar, fez tudo o que tinha para fazer, voltou, foi pra casa, dormiu e teve o mesmo sonho.
Era uma nebulosa que estava se transformando num coração e ele queria ver até onde ia esse coração...
A formação de um peito juvenil... Ele acordou. Foi trabalhar. Já não conversou tanto com as pessoas quando saiu do emprego pra ir pra casa. Dormiu e sonhou o mesmo sonho.
Então aparece o peito de um rapaz, a perna de um rapaz o braço de um rapaz... Ele acordou. Foi trabalhar... Saiu correndo do emprego pra chegar em casa e dormir... O sonho continuava, tinha o sexo de um rapaz, a cara de um rapaz.. Ele acordou.
Foi trabalhar, pediu pra sair mais cedo, era um grande funcionário, permitiram, foi correndo pra casa... ai o garoto falou e ele acordou.
Foi trabalhar e pediu pra trabalhar só de manha. Começou a conversar com o rapaz... Então pediu demissão da fábrica pra só dormir e sonhar.. E ficou mostrando as ruas e as mulheres... pro rapaz... Até que um dia o rapaz falou assim:
- "Eu tenho uma namorada, você sabe, eu fui a casa dos pais dela me aceitaram como noivo dela e querem que eu case com ela, mas eles querem conhecer minha família...você pode me dizer quem é a minha família?".
No sonho ele disse:
- Pra dizer quem é a sua família eu vou ter que acordar e procurar saber qual é a minha...
Acordou e começou a procurar... Foi ai que ele percebeu que ele próprio também era o sonho de um outro."
Sobre o autor:
Jorge Luis Borges, escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta argentino, mundialmente conhecido por seus contos e histórias curtas. Nas suas narrativas figuram os "delírios do racional", abordando temática como filosofia, metafísica, teologia e mitologia.
Há 30 anos...
Um dia ele faz tudo isso, chega em casa, dorme e tem um sonho. Acordou, não ligou e foi trabalhar, fez tudo o que tinha para fazer, voltou, foi pra casa, dormiu e teve o mesmo sonho.
Era uma nebulosa que estava se transformando num coração e ele queria ver até onde ia esse coração...
A formação de um peito juvenil... Ele acordou. Foi trabalhar. Já não conversou tanto com as pessoas quando saiu do emprego pra ir pra casa. Dormiu e sonhou o mesmo sonho.
Então aparece o peito de um rapaz, a perna de um rapaz o braço de um rapaz... Ele acordou. Foi trabalhar... Saiu correndo do emprego pra chegar em casa e dormir... O sonho continuava, tinha o sexo de um rapaz, a cara de um rapaz.. Ele acordou.
Foi trabalhar, pediu pra sair mais cedo, era um grande funcionário, permitiram, foi correndo pra casa... ai o garoto falou e ele acordou.
Foi trabalhar e pediu pra trabalhar só de manha. Começou a conversar com o rapaz... Então pediu demissão da fábrica pra só dormir e sonhar.. E ficou mostrando as ruas e as mulheres... pro rapaz... Até que um dia o rapaz falou assim:
- "Eu tenho uma namorada, você sabe, eu fui a casa dos pais dela me aceitaram como noivo dela e querem que eu case com ela, mas eles querem conhecer minha família...você pode me dizer quem é a minha família?".
No sonho ele disse:
- Pra dizer quem é a sua família eu vou ter que acordar e procurar saber qual é a minha...
Acordou e começou a procurar... Foi ai que ele percebeu que ele próprio também era o sonho de um outro."
Sobre o autor:
Jorge Luis Borges, escritor, poeta, tradutor, crítico e ensaísta argentino, mundialmente conhecido por seus contos e histórias curtas. Nas suas narrativas figuram os "delírios do racional", abordando temática como filosofia, metafísica, teologia e mitologia.
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
A CULTURA SE FOI E AS GERAÇÕES SE PERDERAM....
Me pergunto em qual fio de meada se perdemos, qual o momento na nossa historia Politica em que nos castramos, cultura,esporte ......
terça-feira, 27 de maio de 2014
"Look Up" texto completo
"Look Up" texto completo vídeo
E se ele apenas recebeu um telefonema de sua mãe? |
"Look Up", de Gary Turk
Eu tenho 422 amigos, mas eu sou solitário.
Eu falo a todos eles todos os dias, mas nenhum deles realmente me conhece.
O problema que tenho fica nos espaços entre
Olhando em seus olhos, ou em um nome em uma tela.
Eu dei um passo para trás e abri os olhos,
Olhei em volta e percebi,
Que essa mídia que chamamos de social é qualquer coisa, mas
Quando abrimos os nossos computadores e é nossas portas que fechamos
Toda essa tecnologia que nós temos, é só uma ilusão
Companheirismo comunitário, um sentimento de inclusão
Mas quando você afastar-se este dispositivo de ilusão
Você desperta para ver um mundo de confusão.
Um mundo onde nós somos escravos para a tecnologia que domina
Quando a informação é vendido por alguns rico bastardo ganancioso
Um mundo de auto-imagem auto-interesse e auto-promoção
Onde todos nós compartilhamos nossas melhores partes, mas deixar de fora a emoção.
Nós estamos no nosso mais feliz com uma experiência que compartilhamos,
Mas é o mesmo, se ninguém está lá?
Seja lá para os seus amigos e eles vão estar lá também,
Mas ninguém será se uma mensagem de grupo vai fazer.
Editamos e exagerar, anseiam adulação
Fingimos não perceber o isolamento social
Colocamos nossas palavras em ordem e tingir nossas vidas um reluzente
Nem sequer sei se alguém está escutando
Estar sozinho não é um problema, deixe-me enfatizar
Se você ler um livro, pintar um quadro, ou fazer algum exercício
Você está sendo produtivo e presente, não reservados e recluso
Você está sendo acordado e atento e colocar o seu tempo para uma boa utilização
Então, quando você estiver em público, e você começa a sentir-se sozinho
Coloque as mãos atrás da cabeça, passo longe do telefone
Você não precisa de olhar para o menu, ou na sua lista de contatos
Basta falar com o outro, aprender a coexistir.
Eu não suporto ouvir o silêncio de um trem ocupado
Quando ninguém quer é falar para o medo de parecer louco.
Estamos nos tornando anti-sociais, já não satisfaz
Para se envolver com o outro, e olhar nos olhos de alguém.
Estamos cercados por crianças, que desde que nasceram,
Já assistiu-nos a viver como robôs, que agora acho que é a norma.
Não é muito provável que você vai fazer o grande pai do mundo,
Se você não pode entreter uma criança sem o uso de um iPad
Quando eu era criança, eu nunca estaria em casa
Esteja para fora com meus amigos, em nossas bicicletas nós vaguear
Eu usaria buracos em meus treinadores, e pastar até meus joelhos
Nós construímos o nosso próprio clube, no alto das árvores
Agora o parque tão quieto, dá-me um arrepio
Ver sem filhos fora e as oscilações ainda pendurados.
Não há pular, não amarelinha, nenhuma igreja e nenhum campanário
Nós somos uma geração de idiotas, telefones inteligentes e pessoas burras.
Então, olhar para cima a partir do telefone, desligue o visor
Leve em seu entorno, fazer o máximo de hoje
Apenas uma conexão real é tudo o que pode levar
Para mostrar a diferença que estar lá pode fazer.
Seja lá no momento, que ela lhe dá a aparência
Que você lembre-se sempre como quando o amor ultrapassou
O tempo que ela realizado pela primeira vez sua mão, ou primeiro beijei seus lábios
O tempo que você discordou primeiro, mas você ainda amá-la em pedaços
O tempo que você não tem que dizer a centenas de o que você acabou de fazer
Porque você quer compartilhar esse momento com apenas um presente
O tempo que você vender seu computador, assim você pode comprar um anel
Para a garota dos seus sonhos, que agora é a coisa real.
O tempo que você quer começar uma família, eo momento em que
Você segura primeiro a sua menina, e começa a se apaixonar novamente.
O tempo que ela te mantém acordado à noite, e tudo que você quer é descansar
E o tempo que você enxugar as lágrimas quando o bebê foge do ninho.
O tempo seu bebé retorna, com um menino para você segurar
E o tempo que ele te chama granddad e faz você se sentir muito velho.
O tempo que você tomou tudo que você fez, apenas dando atenção a vida.
E como você está feliz que você não desperdiçá-la, olhando para baixo em algum invenção.
O tempo que você segurar a mão de sua esposa, sente-se ao lado de sua cama,
Diga a ela que você a ama e colocar um beijo na cabeça.
Ela então sussurra para você em silêncio, enquanto seu coração dá uma batida final
Que ela tem sorte ela ficou parado por esse menino perdido na rua.
Mas nenhuma dessas vezes já aconteceu, você nunca teve nada disso.
Quando você está ocupado demais olhando para baixo, você não vê as chances de você perder.
Então, olhar para cima a partir do telefone, desligue esses monitores
Temos uma existência ato final, um determinado número de dias
Não desperdice sua vida ser apanhado na rede,
Como quando chegar o fim nada é pior do que se arrepender.
Eu sou culpado também de ser parte da máquina,
Este mundo digital, que são ouvidas, mas não se vêem.
Onde nós digitamos como falamos, e lemos como nós conversamos
Onde passamos horas juntos, sem fazer contato visual
Portanto, não dá para uma vida onde você seguir o hype
Dê às pessoas o seu amor, não dar-lhes o seu "como"
Desconecte-se da necessidade de ser ouvida e definido
Ir para o mundo, deixe distrações para trás.
Olhe para cima a partir de seu telefone. Desligue esse display. Pare de assistir a este vídeo. Viver a vida do jeito real.
ASSIM NASCEU MINHA POESIA
TODOS TEMOS DIANTE DE NÓS UMA FOLHA CASTA DE PAPEL EM ANSIOSA ESPERA DESVIRGINAL, NESSE MOMENTO É GRANDE A MINHA OUSADIA DE SER OUVIDO ATRAVÉS DE SUA PRÓPRIA VOZ NO RECÔNDITO DO SEU CONSCIENTE, PERDOE-ME PELO AGRAVO DE TAMANHO DESVARIO , MAS ESPERO NO FINAL DESSAS LINHAS
CUMPRIR MEU DESEJO DE ENCONTRAR O ECO...
A VERDADE É QUE SEI QUE COMO EU, MUITOS VIVERAM UMA VIDA, MUITAS VIDAS,
ASSUMIMOS UM PAPEL E TENTÁVAMOS ACERTAR , ATÉ MUDARMOS PARA OUTRA TENTATIVA OUTRA ESTRATÉGIA... COMO OS PIXEL QUE COMPÕE UMA FOTO DIGITAL ASSIM É NOSSA VIDA ...AS NOSSAS EXPERIÊNCIAS É QUE DEFINE O QUE SOMOS E PARA ONDE ESTAMOS CAMINHANDO ....MAS EU ACREDITEI EM TANTAS COISAS E FOI PRECISO ME REINVENTAR A CADA MOMENTO A CADA CICLO NECESSÁRIO, COMO UM CAMALEÃO PROCURAVA MINHA PRÓPRIA IMAGEM, E DEPOIS DE TANTAS ENCRUZILHADAS E TANTAS SETA APONTADAS QUE TENTAVA MOSTRAR-ME A DIREÇÃO, E QUASE TODAS CREIA ME LEVAVA AO ABISMO DAS REGIÕES MAS ABISSAIS DENTRO DE MIM... COMO AUTO-DIDATA TENTEI ENCONTRAR O MEU CAMINHO, QUE ME DEFINISSE E DESSE SENTIDO A MINHA EXISTÊNCIA, FOI AI QUE ENTÃO MERGULHEI VERTIGINOSAMENTE AO MEU ABISMO CHAMADO EU... ESSE FOI O MEU PERÍODO DOS 15 AOS 28 ANOS, NESSA FASE DOS 28 ANOS TIVE A CLARIVIDÊNCIA DE REGISTRAR UMA CENTELHA DE LUZ EXTRAÍDA DESSE PERÍODO , FOI A POESIA
NOBRE DESEJO
EU QUERO VOLTAR AQUELE TEMPO/QUANDO EU NÃO SABIA QUE ERA GENTE/ERA PURA INOCÊNCIA / UMA SUBSTANCIA INFORME ENVOLVIDA NO LIQUIDO AMNIÓTICO NO ÚTERO DA MINHA MÃE QUE VIROU EMBRIÃO/TENHO SAUDADES DAQUELE TEMPO/QUANDO EU NÃO ERA MAS JÁ EXISTIA/NÃO TINHA TRISTEZA OU ALEGRIA/SENTIMENTO OU EMOÇÃO/ERA TUDO NASCITURA/TENHO SAUDADES DE TUDO O QUE EU NÃO SABIA/QUANDO MINHA MENTE ERA VAZIA/SEM NENHUMA IDEOLOGIA/ E eu PODIA SER EU. MURITIBA 09/10/2006
ESSA PALAVRAS QUE FLUÍRAM DO MEU SER, EU CONFESSO FOI UM GRITO DE INDEPENDÊNCIA QUE RASGOU A MINHA ALMA E TIROU-ME DAS TREVAS CAUDALOSAS QUE ME ENCONTRAVA, QUANDO RETIREI A PONTA DE TUNGSTÊNIO DA CANETA NA CASTA FOLHA DE PAPEL E LÍ, MARAVILHEI-ME QUE ESSA PEROLA SANGROU DE DENTRO DE MIM, SABIA QUE JAMAIS SERIA O MESMO E QUE NASCIA PARA AQUILO QUE EU NASCI. E SERIA CONTUNDENTEMENTE EU , EU PRÓPRIO E PURO.
TERMINO O QUE EU PODERIA CHAMAR DE PRÓLOGO O QUE AQUI ESCREVO , COM MAS UMA POESIA DA MESMA ÉPOCA QUE TEM COMO TITULO:
ILUSÃO E QUALQUER COISA A MAIS.
" ESTÃO DESFEITAS TODAS... SIM TODAS ESTÃO DESFEITAS...
ESTÃO DESFEITAS TODAS AS MINHAS ILUSÕES DE ADULTO SONHADOR / VIVI INTENSAMENTE MEU UNIVERSO INTERNO/ MEU MUNDO IMAGINÁRIO/ MEU REINO ENCANTADO DE QUIMERA/ MINHA UTOPIA FALIDA... /ESTÃO DESFEITAS MINHAS ILUSÕES DE ADULTO SONHADOR/ AS QUE MIM DERAM AS QUE ME FIZERAM ACREDITAR/ AS QUE CRIEI/ NÃO CULPO NINGUÉM PELA MINHA INGENUIDADE /MINHAS ILUSÕES QUAL NEVOA FORAM DISSIPADAS PELO LIBERTADOR IMPASSIVO CHAMADO TEMPO/ SINTO APENAS MINHA ALMA MAS LEVE/ HÁ UM NOVO BRILHO UM AROMA SUAVE ADOCICADO E ETÉREO / LANCEI MEUS SONHOS AOS SEUS PÉS....LANCEI MEUS OLHOS EM SUAS MÃOS... MAS ESTÃO DESFEITAS TODAS AS MINHAS ILUSÕES DE ADULTO SONHADOR. MURITIBA -BA
( FLÁVIO S. SILVA )
sábado, 3 de maio de 2014
CECÍLIA MEIRELES
CECÍLIA MEIRELES (1901-1964)
MILLÔR FERNANDES
MILLÔR FERNANDES (1924-2012)
CASIMIRO DE ABREU (1839-1860)
CASIMIRO DE ABREU (1839-1860)
POETAS DO BRASIL
ILDÁSIO TAVARES (1940-2010)
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