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PRA QUEM AMA E ACREDITA, MURITIBA.

terça-feira, 27 de maio de 2014

"Look Up" texto completo

"Look Up" texto completo vídeo

E se ele apenas recebeu um telefonema de sua mãe?



"Look Up", de Gary Turk

Eu tenho 422 amigos, mas eu sou solitário.
Eu falo a todos eles todos os dias, mas nenhum deles realmente me conhece.
O problema que tenho fica nos espaços entre
Olhando em seus olhos, ou em um nome em uma tela.

Eu dei um passo para trás e abri os olhos,
Olhei em volta e percebi,
Que essa mídia que chamamos de social é qualquer coisa, mas
Quando abrimos os nossos computadores e é nossas portas que fechamos

Toda essa tecnologia que nós temos, é só uma ilusão
Companheirismo comunitário, um sentimento de inclusão
Mas quando você afastar-se este dispositivo de ilusão
Você desperta para ver um mundo de confusão.

Um mundo onde nós somos escravos para a tecnologia que domina
Quando a informação é vendido por alguns rico bastardo ganancioso
Um mundo de auto-imagem auto-interesse e auto-promoção
Onde todos nós compartilhamos nossas melhores partes, mas deixar de fora a emoção.

Nós estamos no nosso mais feliz com uma experiência que compartilhamos,
Mas é o mesmo, se ninguém está lá?
Seja lá para os seus amigos e eles vão estar lá também,
Mas ninguém será se uma mensagem de grupo vai fazer.

Editamos e exagerar, anseiam adulação
Fingimos não perceber o isolamento social
Colocamos nossas palavras em ordem e tingir nossas vidas um reluzente
Nem sequer sei se alguém está escutando

Estar sozinho não é um problema, deixe-me enfatizar
Se você ler um livro, pintar um quadro, ou fazer algum exercício
Você está sendo produtivo e presente, não reservados e recluso
Você está sendo acordado e atento e colocar o seu tempo para uma boa utilização

Então, quando você estiver em público, e você começa a sentir-se sozinho
Coloque as mãos atrás da cabeça, passo longe do telefone
Você não precisa de olhar para o menu, ou na sua lista de contatos
Basta falar com o outro, aprender a coexistir.

Eu não suporto ouvir o silêncio de um trem ocupado
Quando ninguém quer é falar para o medo de parecer louco.
Estamos nos tornando anti-sociais, já não satisfaz
Para se envolver com o outro, e olhar nos olhos de alguém.

Estamos cercados por crianças, que desde que nasceram,
Já assistiu-nos a viver como robôs, que agora acho que é a norma.
Não é muito provável que você vai fazer o grande pai do mundo,
Se você não pode entreter uma criança sem o uso de um iPad

Quando eu era criança, eu nunca estaria em casa
Esteja para fora com meus amigos, em nossas bicicletas nós vaguear
Eu usaria buracos em meus treinadores, e pastar até meus joelhos
Nós construímos o nosso próprio clube, no alto das árvores

Agora o parque tão quieto, dá-me um arrepio
Ver sem filhos fora e as oscilações ainda pendurados.
Não há pular, não amarelinha, nenhuma igreja e nenhum campanário
Nós somos uma geração de idiotas, telefones inteligentes e pessoas burras.

Então, olhar para cima a partir do telefone, desligue o visor
Leve em seu entorno, fazer o máximo de hoje
Apenas uma conexão real é tudo o que pode levar
Para mostrar a diferença que estar lá pode fazer.

Seja lá no momento, que ela lhe dá a aparência
Que você lembre-se sempre como quando o amor ultrapassou
O tempo que ela realizado pela primeira vez sua mão, ou primeiro beijei seus lábios
O tempo que você discordou primeiro, mas você ainda amá-la em pedaços

O tempo que você não tem que dizer a centenas de o que você acabou de fazer
Porque você quer compartilhar esse momento com apenas um presente
O tempo que você vender seu computador, assim você pode comprar um anel
Para a garota dos seus sonhos, que agora é a coisa real.

O tempo que você quer começar uma família, eo momento em que
Você segura primeiro a sua menina, e começa a se apaixonar novamente.
O tempo que ela te mantém acordado à noite, e tudo que você quer é descansar
E o tempo que você enxugar as lágrimas quando o bebê foge do ninho.

O tempo seu bebé retorna, com um menino para você segurar
E o tempo que ele te chama granddad e faz você se sentir muito velho.

O tempo que você tomou tudo que você fez, apenas dando atenção a vida.
E como você está feliz que você não desperdiçá-la, olhando para baixo em algum invenção.

O tempo que você segurar a mão de sua esposa, sente-se ao lado de sua cama,
Diga a ela que você a ama e colocar um beijo na cabeça.
Ela então sussurra para você em silêncio, enquanto seu coração dá uma batida final
Que ela tem sorte ela ficou parado por esse menino perdido na rua.

Mas nenhuma dessas vezes já aconteceu, você nunca teve nada disso.
Quando você está ocupado demais olhando para baixo, você não vê as chances de você perder.

Então, olhar para cima a partir do telefone, desligue esses monitores
Temos uma existência ato final, um determinado número de dias
Não desperdice sua vida ser apanhado na rede,
Como quando chegar o fim nada é pior do que se arrepender.

Eu sou culpado também de ser parte da máquina,
Este mundo digital, que são ouvidas, mas não se vêem.
Onde nós digitamos como falamos, e lemos como nós conversamos
Onde passamos horas juntos, sem fazer contato visual

Portanto, não dá para uma vida onde você seguir o hype
Dê às pessoas o seu amor, não dar-lhes o seu "como"
Desconecte-se da necessidade de ser ouvida e definido
Ir para o mundo, deixe distrações para trás.

Olhe para cima a partir de seu telefone. Desligue esse display. Pare de assistir a este vídeo. Viver a vida do jeito real.

ASSIM NASCEU MINHA POESIA

                                                                           
TODOS TEMOS DIANTE DE NÓS UMA FOLHA CASTA DE PAPEL EM ANSIOSA ESPERA DESVIRGINAL, NESSE MOMENTO É GRANDE A MINHA OUSADIA DE SER OUVIDO ATRAVÉS DE SUA PRÓPRIA  VOZ NO RECÔNDITO DO SEU CONSCIENTE,  PERDOE-ME PELO AGRAVO DE TAMANHO DESVARIO , MAS ESPERO NO FINAL DESSAS LINHAS 
CUMPRIR MEU DESEJO DE ENCONTRAR O ECO... 
A VERDADE É QUE SEI QUE COMO EU, MUITOS VIVERAM  UMA VIDA, MUITAS VIDAS,
ASSUMIMOS UM PAPEL E TENTÁVAMOS ACERTAR , ATÉ MUDARMOS PARA OUTRA TENTATIVA OUTRA ESTRATÉGIA... COMO OS PIXEL QUE COMPÕE UMA FOTO DIGITAL ASSIM É NOSSA VIDA ...AS NOSSAS EXPERIÊNCIAS É QUE DEFINE O QUE SOMOS E PARA ONDE ESTAMOS CAMINHANDO ....MAS EU ACREDITEI EM TANTAS COISAS E FOI PRECISO ME REINVENTAR A CADA MOMENTO A CADA CICLO NECESSÁRIO, COMO UM CAMALEÃO PROCURAVA MINHA PRÓPRIA IMAGEM, E DEPOIS DE TANTAS ENCRUZILHADAS E TANTAS SETA APONTADAS QUE TENTAVA MOSTRAR-ME A DIREÇÃO, E QUASE TODAS CREIA ME LEVAVA AO ABISMO DAS REGIÕES MAS ABISSAIS DENTRO DE MIM... COMO AUTO-DIDATA TENTEI ENCONTRAR O MEU CAMINHO, QUE ME DEFINISSE E DESSE SENTIDO A MINHA EXISTÊNCIA, FOI AI QUE ENTÃO MERGULHEI VERTIGINOSAMENTE AO MEU ABISMO CHAMADO EU... ESSE FOI O MEU PERÍODO DOS 15 AOS 28 ANOS,  NESSA FASE DOS 28 ANOS TIVE A CLARIVIDÊNCIA DE REGISTRAR UMA CENTELHA DE LUZ EXTRAÍDA DESSE PERÍODO , FOI A POESIA 
                                                                     NOBRE DESEJO  

EU QUERO VOLTAR AQUELE TEMPO/QUANDO EU NÃO SABIA QUE ERA GENTE/ERA PURA INOCÊNCIA / UMA SUBSTANCIA INFORME ENVOLVIDA NO LIQUIDO AMNIÓTICO NO ÚTERO DA MINHA MÃE QUE VIROU EMBRIÃO/TENHO SAUDADES DAQUELE TEMPO/QUANDO EU NÃO ERA MAS JÁ EXISTIA/NÃO TINHA TRISTEZA OU ALEGRIA/SENTIMENTO OU EMOÇÃO/ERA TUDO NASCITURA/TENHO SAUDADES DE TUDO O QUE EU NÃO SABIA/QUANDO MINHA MENTE ERA VAZIA/SEM NENHUMA IDEOLOGIA/ E eu  PODIA SER EU.                                     MURITIBA 09/10/2006 

ESSA PALAVRAS QUE FLUÍRAM DO MEU SER, EU CONFESSO FOI UM GRITO DE INDEPENDÊNCIA QUE RASGOU A MINHA ALMA E TIROU-ME DAS TREVAS CAUDALOSAS QUE ME ENCONTRAVA, QUANDO RETIREI A PONTA DE TUNGSTÊNIO DA CANETA NA CASTA FOLHA DE PAPEL E LÍ, MARAVILHEI-ME QUE ESSA PEROLA SANGROU DE DENTRO DE MIM, SABIA QUE JAMAIS SERIA O MESMO E QUE NASCIA PARA AQUILO QUE EU NASCI. E SERIA CONTUNDENTEMENTE EU , EU PRÓPRIO  E PURO.

TERMINO O QUE EU PODERIA CHAMAR DE PRÓLOGO O QUE AQUI ESCREVO , COM MAS UMA POESIA DA MESMA ÉPOCA  QUE TEM COMO TITULO: 
                                           ILUSÃO E QUALQUER COISA A MAIS.
 "  ESTÃO DESFEITAS  TODAS... SIM TODAS ESTÃO DESFEITAS...
ESTÃO DESFEITAS TODAS AS MINHAS ILUSÕES  DE ADULTO  SONHADOR / VIVI INTENSAMENTE MEU UNIVERSO INTERNO/ MEU MUNDO IMAGINÁRIO/ MEU REINO ENCANTADO DE QUIMERA/ MINHA UTOPIA FALIDA... /ESTÃO DESFEITAS MINHAS ILUSÕES DE ADULTO SONHADOR/ AS QUE MIM DERAM AS QUE ME FIZERAM ACREDITAR/ AS QUE CRIEI/  NÃO CULPO NINGUÉM PELA MINHA INGENUIDADE /MINHAS ILUSÕES QUAL NEVOA FORAM DISSIPADAS PELO LIBERTADOR IMPASSIVO CHAMADO TEMPO/ SINTO APENAS MINHA ALMA MAS LEVE/ HÁ UM NOVO BRILHO UM AROMA SUAVE ADOCICADO E  ETÉREO / LANCEI MEUS SONHOS AOS SEUS PÉS....LANCEI MEUS OLHOS EM SUAS MÃOS... MAS ESTÃO DESFEITAS TODAS AS MINHAS ILUSÕES DE ADULTO SONHADOR.                MURITIBA -BA
                                                                                                  (  FLÁVIO S. SILVA ) 

sábado, 3 de maio de 2014

CECÍLIA MEIRELES

CECÍLIA MEIRELES (1901-1964)

Poetisa, professora, pedagoga e jornalista, cuja poesia lírica e altamente personalista, freqüentemente simples na forma mas contendo imagens e simbolismos complexos, deu a ela importante posição na literatura brasileira do século XX. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 07/11/1901 e veio a falecer na mesma cidade em 09/11/64. Casou-se duas vezes e deixou três filhas. Embora vivendo sob ifluência do Modernismo, apresenta ainda em sua obra heranças do simbolismo e técnicas do classicismo, gongorismo, romantismo, parnasianismo, realismo e surrealismo, razão pela aual sua poesia é considerada intemporal. Órfã desde tenra idade (aos 3 anos já perdera os pais e três irmãos que nem chegou a conhecer), foi criada pela avó Jacinta Garcia Benevides. Desde cedo habituou-se ao exercício da solidão, tendo precocemente desenvolvido sua consciência e sensibilidade. Começou a escrever poesia aos 9 anos de iddade. Tornou-se professora pública aos 16, destacando-se como aluna exemplar, merecendo a estima dos mestres. Dois anos depois iniciou sua carreira literária com a publicação de Espectros (1919), uma coleção de sonetos simbolistas. A década de 20 foi uma época de revolução na literatura braisleira, mas o trabalho de Cecília naquele período mostra pouca afinidade com as tendências nacionalistas então em voga, ou com o verso livre e a linguagem coloquial. Boa parte dos críticos, inclusive, consideram suas formas mais tradicionais de poema (como sonetos) o ponto mais alto de sua obra. Com Nunca mais . . . e Poema dos Poemas (1923) adere ao Modernismo. Em 1924, sai Criança meu amor e em 1925 Baladas para El-Rei. Entre 1925 e 1939 dedicou-se à sua carreira docente publicando vários livros infantis e fundando, em 1934 a Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro (a primeira biblioteca infantil do país). A partir deste ano ensinou literatura brasileira em Portugal (Lisboa e Coimbra) e em 1936 foi nomeada para a UFRJ, recém-fundada. Cecília reaparece no cenário poético após 14 anos de silêncio comViagem (1939), considerado um marco de maturidade e individualidade na sua obra: recebeu o prêmio de poesia daquele ano da Academia Brasileira de Letras. Daí em diante dedicou-se à carreira literária, publicando regularmente até a sua morte. Vários de seus livros são inspirados nas muitas viagens que fez, viagens estas de grande significação, pois a autora extraiu do contato com gente, costumes e idiomas diferentes matéria de melhor compreensão da vida e da humanidade. Entre os vários livros de poesia publicados após 1939 tem-se: Vaga Música (1942), Mar Absoluto e Outros Poemas (1945), Retrato Natural (1949), Romanceiro da Inconfidência (1953), Metal Rosicler(1960), Poemas Escritos na Índia (1962), Solombra (1963) e Ou Isto ou Aquilo (temática infantil, 1964). Escreveu também em prosa, dedicando-se a assuntos pedagógicos e folclóricos. Produziu também prosa lírica, com temas versando sobre sua infância, suas viagens e crônicas circunstanciais. Algumas de suas obras em prosa: Giroflê giroflá (1956), Escolha seu Sonho (1964) eInéditos (crônicas - 1968).

MILLÔR FERNANDES

MILLÔR FERNANDES (1924-2012)

Filho do engenheiro espanhol Francisco Fernandes e de Maria Viola Fernandes, Millôr nasceu no do Méier em 16 de agosto de 1923, mas só foi registrado – como Milton Viola Fernandes – no ano seguinte, em 27 de maio de 1924. De Milton se tornou Millôr graças à caligrafia duvidosa na certidão de nascimento, cujo traço não completou o "t" e deixou o "n" incompleto. Aos dois anos perde o pai, e sua mãe passa a trabalhar como costureira para sustentar os quatro filhos. De 1931 a 1935 estudou na Escola Ennes de Souza. Nesse meio tempo se torna leitor voraz de histórias em quadrinhos, especialmente Flash Gordon. A forte influência, e o estímulo de seu tio Antônio Viola, o leva a submeter um desenho ao períodico carioca O Jornal que, aceito e publicado, lhe rende um pagamento de 10 mil réis. Aos doze anos perde a mãe, passando a morar com o tio materno Francisco, sua esposa Maria e quatro filhos no subúrbio de Terra Nova, próximo ao Méier. Dois anos depois, em 1938, passa a trabalhar para o médico Luiz Gonzaga da Cruz Magalhães Pinto, entregando seu remédio para os rins "Urokava" em farmácias. Pouco depois é empregado pela revista O Cruzeiro, assumindo as funções de contínuo, repaginador e factótum. No mesmo época, assinando sob o pseudônimo "Notlim", ganha um concurso de contos na revista A Cigarra. É promovido a arquivista da publicação, e com o cancelamento de quatro páginas de publicidade desta, é convidado a preencher o espaço vago. Cria então a seção "Poste Escrito", que assina como "Vão Gogo". O sucesso de sua coluna em A Cigarra faz com que ela passe a ser fixa, e Millôr assume a direção do periódico, cargo que ocuparia por três anos. Ainda sob o pseudônimo Vão Gogo, começa a escrever uma coluna no Diário da Noite. Passa a dirigir também as revistas O Guri, com histórias em quadrinhos, eDetetive, que publicava contos policiais. Em 1941 voltou a colaborar com a revista O Cruzeiro, continuando a assinar como "Vão Gogo" na coluna "Pif-Paf", o fazendo por 18 anos. A partir daí passou a conciliar as profissões de escritor, tradutor (autodidata) e autor de teatro. Já em 1956 dividiu a primeira colocação na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Airescom o desenhista norte-americano Saul Steinberg. Em 1957, ganhou uma exposição individual de suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Dispensou o pseudônimo "Vão Gogo" em 1962, passando a assinar "Millôr" em seus textos n'O Cruzeiro. Deixou a revista no ano seguinte, por conta da polêmica causada com a publicação de A Verdadeira História do Paraíso, considerada ofensiva pela Igreja Católica. Em 1964 passou a colaborar com o jornal português Diário Popular e obteve o segundo prêmio do Salão Canadense de Humor. Em 1968 começou a trabalhar na revistaVeja, e em 1969 tornou-se um dos fundadores do jornal O Pasquim. Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de voltar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio. Traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre estas, clássicos de Sófocles, Shakespeare, Molière, Brecht e Tennessee Williams. Depois de colaborar com osprincipais jornais brasileiros, retornou à Veja em setembro de 2004, deixando a revista em 2009 devido a um desentendimento acerca da digitalização de seus antigos textos, publicados sem autorização no acervo on-line da publicação. No princípio de fevereiro de 2011, Millôr sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico. Permaneceu em torno de duas semanas inconsciente na UTI, e após cinco meses de internação em uma clínica no Rio de Janeiro, recebe alta no dia 28 de junho. Dois dias depois volta a passar mal, passando outros cinco meses internado. Após o segundo internamento a família de Millôr manteve em privado os detalhes a respeito de sua saúde, até que em 28 de março de 2012 (hoje) é divulgado à imprensa que o escritor morrera no dia anterior, em decorrência de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca.

CASIMIRO DE ABREU (1839-1860)



CASIMIRO DE ABREU (1839-1860)

Foi filho de José Campos comerciante e fazendeiro português José Joaquim Marques de Abreu e de Luísa Joaquina das Neves,foi seu vizinho uma fazendeira de Silva Jardim (na época, Capivary), viúva do primeiro casamento. Com José Joaquim ela teve três filhos, embora nunca tenham sido oficialmente casados. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, em Casimiro de Abreu, propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte do seu primeiro marido, de quem não teve filhos. A localidade onde viveu parte de sua vida, Barra de São João, é hoje distrito do município que leva seu nome, e também chamada "Casimiro de Abreu", em sua homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freeze, dos onze aos treze anos, em Nova Friburgo, então cidade de maior porte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem aos estudos. Aos treze anos transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele, embarcou para Portugal em 1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de sua obra. O seu sentimento nativista e as saudades da família escreve: "estando a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que teve o título de Ave Maria". Em Lisboa, foi representado seu drama Camões e o Jau em 1856, que foi publicado logo depois. Seus versos mais famosos do poema Meus oito anos: Oh! Que saudades que tenho/da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/que os anos não trazem mais!/ Que amor, que sonhos, que flores,/naquelas tardes fagueiras,/ à sombra das bananeiras,/ debaixo dos laranjais! Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso, no entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez amizade com Machado de Assis. Escolhido para a recém fundada Academia Brasileira de Letras, tornou-se patrono da cadeira número seis. Tuberculoso, retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede do município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer. Foi sepultado conforme seu desejo em Barra de São João, estando sua lápide no cemitério da secular Capela de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai. Em 1859 editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras. Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais populares do Romantismo no Brasil. Seu sucesso literário, no entanto, deu-se somente depois de sua morte, com numerosas edições de seus poemas, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa paterna, a saudade da terra natal, e o amor (mas este tratado sem a complexidade e a profundidade tão caras a outros poetas românticos). A despeito da popularidade alcançada pelos livros do poeta, sua mãe, e herdeira necessária, morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, não tendo recebido nada em termos de direitos autorais, fossem do Brasil, fossem de Portugal

POETAS DO BRASIL

ILDÁSIO TAVARES (1940-2010)

Ildásio Marques Tavares é poeta, ficcionista, dramaturgo e jornalista. Segundo nota de Assis Brasil, em A poesia baiana do século XX, pertence à geração Revista da Bahia, juntamente com Cyro de Mattos, Fernando Batinga de Mendonça, Marcos Santarrita, Alberto Silva. Estes, e mais José Carlos Capinam, Ruy Espinheira Filho, Adelmo Oliveira, José de Oliveira Falcón, Carlos Falck, Maria da Conceição Paranhos entre outros "formam um panorama fecundo e variado" a partir da década de 60. Possui vários livros publicados, comoImagoDitadoO canto do homem cotidianoTapete do tempoPoemas seletosLivro de salmosIX Sonetos da InconfidênciaLídia de OxumO amor é um pássaro selvagemO domador de mulheresA arte de traduzir... entre outros. É ganhador, entre tantos prêmios, do Leonard Ross Klein, de tradução; do Afrânio Peixoto, de ensaio; do Fernando Chinaglia, de poesia; e do prêmio nacional do centenário de Jorge de Lima. É bacharel em Direito e licenciado em Letras pela Universidade Federal da Bahia; mestre pela Southem Illinois University; doutor pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; pós-doutor pela Universidade de Lisboa. Seu trabalho como jornalista compreende participação em vários periódicos, entre os quais, Diário de Notícias,Jornal da CidadeA Tarde e Tribuna da Bahia. Membro praticante do candomblé, foi consagrado Ogan Omi L’arê, na casa de Oxum, e Obá Arê, na casa de Xangô e no Axé Opô Afonjá. Desde 1989 é cidadão da cidade de Salvador. Tendo seu nome ligado ao teatro, à música e à ficção, ligou-o também à poesia e à história ao publicar, em edição limitada a dez exemplares, seus NOVE SONETOS DA INCONFIDÊNCIA. Quem já visitou os verbetes de Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa perceberá como Ildásio se vale da familiaridade com a dramaturgia para construir os papéis dos principais personagens da conjuração, dando-lhes caricata caracterização sob a forma de monólogos sonetados, empreitada da qual se desincumbe com brilho, bravos e pedidos de bis.


EMÍLIO MOURA (1902-1971)

Emílio Guimarães Moura  um dos maiores e mais esquecidos poetas de nosso modernimo. Integrante do grupo de modernistas mineiros que ajudaram a revolucionar a literatura brasileira na década de 1920. Foi redator de cadernos literários dos periódicos Diário de MinasEstado de Minas e A Tribuna de Minas Gerais. Moura foi também professor universitário, e um dos fundadores da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Minas Gerais FACE-UFMG, em 1945, onde lecionou e da qual foi o primeiro diretor. Emílio Moura fez parte do brilhante grupo de intelectuais formado por poetas, escritores e políticos mineiros, como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Martins de Almeida, João Alphonsus, Cyro dos Anjos, Aníbal Machado, Abgar Renaut, Milton Campos e Gustavo Capanema, entre outros, que nos anos de 1920 influenciou notavelmente o movimento que mudou os rumos da literatura brasileira, o Modernismo. Diferentemente da maioria dos amigos, que se mudaram para a capital, Rio de Janeiro, Moura permaneceu em Belo Horizonte, onde passou toda sua vida. Em 1924, integrou, com Carlos Drummond, Gregoriano Canedo e Martins de Almeida, o grupo que editava a Revista, publicação literária modernista. A amizade com Drummond perdurou até a morte de Emílio Moura. Drummond despediu-se dele escrevendo: "Corredor ou caverna ou túnel ou presídio, não importa. Uma luz violeta vai seguir-me: a saudade de Emílio Moura".